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O índio Silvestre Leocádio da Silva viu injustiças verde-vermelhas contra os índios e a natureza |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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A questão indígena no Brasil tem servido a movimentos de esquerda e a certas ONGs como pretexto na luta contra o direito de propriedade, o que tem prejudicado os próprios indígenas.
É uma das revelações que narra nesta entrevista Silvestre Leocádio da Silva, 66, antigo tuxaua (cacique, na língua macuxi).
Ele dá o exemplo da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, que se transformou — após sua demarcação e consequente expulsão dos antigos moradores — numa verdadeira “favela indígena”.
A mídia vezeira em noticiar alarmismos eco-ambientalistas, ela não o é quando se trata de denúncias sobre a ação criminosa de ONGs, por vezes ditas católicas, e organizações oficiais que manipulam os índios para investirem contra propriedades particulares.
Eis um depoimento revelador do caráter subversivo “vermelho” comuno-tribalista da revolução ecologista que está sendo feita no Brasil, “para salvar o planeta”.
Revolução Tribalista sob investigação
Catolicismo — O senhor é índio macuxi?
Silvestre — Sim, tenho duas etnias no meu sangue: meu pai é macuxi e minha mãe é ingaricó.
Catolicismo — Qual é a situação hoje da Raposa/Serra do Sol, depois da saída dos arrozeiros e dos senhores de lá?
Silvestre — Uma tragédia. Se não fosse essa tragédia, hoje os índios estariam muito bem, ganhando dinheiro, recebendo projetos do Governo Federal, do Governo do estado, na Raposa/Serra do Sol, com 1.750.000 hectares.
Mas o Governo Federal simplesmente abandonou a população indígena. E não foi só a da Raposa/Serra do Sol não, foi em todo o estado de Roraima.
Catolicismo — E os ianomâmis, o senhor tem notícias deles?
Silvestre — Os ianomâmis estão aí ao léu, andando pelas ruas de Boa Vista com vassouras no ombro para trocar por um calção, por uma camisa, por vestidos para suas mulheres.